Projetos
Bodysong é um documentário com assinatura sonora do multi-instrumentista Jonny Greenwood, lançado em 2003. Fundindo música eletrônica experimental com frezz jazz, música clássica.
by Jonny Greenwood :
"Moon Trills" – 5:17
"Moon Mall" – 1:12
"Trench" – 2:38
"Iron Swallow" – 2:07
"Clockwork Tin Soldiers" – 3:48
"Convergence" – 4:26
"Nudnik Headache" – 2:16
"Peartree" – 3:06
"Splitter" – 3:57
"Bode Radio/Glass Light/Broken Hearts" – 4:36
"24 Hour Charleston" – 2:39
"Milky Drops from Heaven" – 4:44
"Tehellet" – 3:40
Julian Arguelles - saxophone
Gerard Presencer - trumpet
Colin Greenwood - bass guitar , programming
Jeremy Brown - bass guitar
Gene Calderazzo - drums
The Emperor Quartet - strings [ 4 ]
Jonny Greenwood - piano , Ondes Martenot , guitar , banjo
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Em 1987, o famoso escritor japonês Haruki Murakami, publicava “Norwegian Wood”, um livro com nome de música de Beatles que viria a se tornar best-seller e ser traduzido em diversas línguas. (no Brasil, lançado pela editora Objetiva). O nome do livro vem da canção favorita de uma das protagonistas, Naoko. Vamos à sinopse:
Com a realização de Tran Anh Hung (“The Scent Of Green Papaya”), “Norwegian Wood” explora os amores e as aventuras sexuais do estudante Toru Watanabe em Tóquio, nos anos 60. Depois de Kizuki inexplicavelmente cometer suicídio aos 17 anos, Watanabe apaixona-se pela sua namorada, a bela Naoko, quando a encontra em Tóquio, altura em que ambos tentam entrar para a faculdade. Mas Naoko não consegue amar outra pessoa e, enquanto Watanabe tenta fazer novas amizades e começa a trabalhar, Naoko afasta-se ainda mais, acabando por ir parar a um sanatório. Entretanto, a impetuosa e ligeiramente louca Midori entra na vida de Watanabe. Quem escolherá ele para sua companheira? Finalmente, Watanabe consegue reconciliar-se com o passado para poder avançar para o futuro.
Agora, o livro de sucesso vai ser adaptado para o cinema. E a trilha sonora de tamanho desafio ficou para o guitarrista do Radiohead, Jonny Greenwood. Fazer um trabalho de composição não é uma novidade pro guitarra. Mas desta vez, todo ele será baseado numa só composição, “Doghouse”, que ele msmo havia criado para a Orquestra da BBC.
Os atores principais do filme serão Rinko Kikuchi and Kenichi Matsuyama. O lançamento está previsto para dezembro no Japão, mas ainda sem data de estréia internacional. Tô achando difícil de chegar aos cinemas daqui, capaz de ir direto pras locadoras. Então, não vejo a hora de sit on a rug, biding my time, drinking her wine e assitir ao DVD!
FONTE
Por João Resende
Sangue Negro, último filme do diretor norte-americano Paul Thomas Anderson, é uma obra essencialmente visual, apesar da afirmação parecer redundante no caso de um longa-metragem. Logo no começo da narrativa, que conta a história de um caçador de petróleo no começo do século passado, fica clara a opção do diretor por uma trama conduzida por imagens - não há diálogos, e até o nome do protagonista se revela através do close sobre uma assinatura.
Mas nesse caso, ao contrário do silêncio sepulcral que se ouve no romeno 4 meses, 3 semanas e 2 dias por exemplo, a atmosfera tensa é assegurada também através de música. E quem assina a responsabilidade sobre essa tarefa é Jonny Greenwood, homem por trás das guitarras e da sonoridade excêntrica do Radiohead.
THOMAS ANDERSON VS GREENWOOD
Apesar de ter ficado de fora da disputa pelo Oscar, por ter usado trechos de composições antigas nas faixas, Greenwood foi premiado com o Leão de Prata do Festival de Berlim - o que parece justo, por ter composto uma trilha que foge dos lugares-comuns do gênero. Ao invés de elaborar um trabalho artificialmente épico, cheio de crescendos facilmente assimiláveis e reviravoltas formuladas, Jonny optou por uma alternativa mais atmosférica; pesada e melancólica.
Jonny GreenwoodAs músicas parecem ter sido compostas para reforçar a constante tensão que persegue o filme do início ao fim, começando pelos violinos aterradores que seguem as tomadas iniciais sobre a paisagem arenosa do deserto norte-americano. Entre os momentos de maior destaque da relação entre a dramaticidade aflorada de Paul Thomas Anderson e a angustiante orquestra de Greenwood está a seqüência em que explode uma torre de petróleo de Daniel Plainview. Ao fundo, entra "Proven Land" - uma marcha de batuques e cordas exasperadas que dão ainda mais força ao apelo dramático da seqüência.
THERE WILL BE OIL
Mas apesar desse momento especialmente percussivo, a maior parte da trilha de Sangue Negro é feita com violinos e intitulada com excertos do filme. Há a melancólica "HW - Hope of New Fields", mesmo nome do filho adotivo do protagonista, e "There Will Be Blood", como no título original do filme. A temática petrolífera ronda ainda as sugestivas "Prospectors Quartet" e "Oil", que - apesar de funcionarem basicamente para preencher os interlúdios de ação - ajudam a compor a estética opressora do filme.
Não espere momentos de revelação artística ao ouvir o álbum separadamente do motivo pelo qual ele nasceu - o filme. Escutá-lo antes da sessão ajuda a familiarizar o ouvido, mas o grande atrativo é atentar à forma com que dialogam as composições de Greenwood e as tomadas de Thomas Anderson. É literalmente como ouvir a conversa entre dois grandes artistas, só que exposta em tela grande e com som de cinema.
FONTE: RRAUL